">
Chega à última semana a minha temporada lisboeta. Já estou com o coração pequenininho, vou sentir muita saudade. Fui superbem recebida em todos os colégios que visitei, mas hoje foi especial. No Valsassina, um dos maiores e mais conceituados centros de ensino de Portugal, conheci uma fofura chamada Margarida (a que aparece no vídeo aí em cima). Ela fez contato comigo, por email, uma semana antes da minha visita ao colégio:
Oi Thalita,
O meu nome é Margarida Viegas e tenho 11 anos. Ando no 6ºB do Colégio Valsassina, em Lisboa, e ouvi dizer que vem à minha escola. Fiquei muito contente, como é de esperar. Infelizmente, o encontro é só para os alunos do 9º ano e como não convém faltar às aulas, venho propor-lhe combinar uma hora para me dar um autógrafo e tirar uma fotografia, pois ADORO os seus livros. Anseio a sua resposta.
Muitos beijinhos da Margarida (eu uma vez comentei o blog como "Maggie")
P.S. - Acho-a muito amorosa e querida.
Hoje foi o dia em que conheci Margarida. E descobri que ela tem um blog cujo título é o mesmo do meu livro aqui em Portugal: Que Cena, Mãe. (http://quecenamae.blogspot.com). Descobri também que ela sabe tudo, tudinho, sobre mim e sobre os meus livros. Descobri que ela ri e se emociona com minhas histórias. Descobri que a mãe dela também gosta de mim e que as duas leem juntas as aventuras da Malu.
Essa portuguesinha (e suas amigas Cláudia e Daniela, duas queridas leitoras que, como ela, se autointitulam fãs) me cativou. Hoje tive a certeza de que um oceano de distância não é nada: adolescentes e pré-adolescentes são todos iguais, só mudam de endereço.
As turmas do nono ano também me emocionaram, com perguntas para lá de inteligentes e risadas gostosas que me deixaram muito, muuuuito feliz.
Valeu, galera! Adorei conhecer uma malta tão gira! Até a próxima!
Bitocas com todo o meu amor
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Feira de Frankfurt
Acima, um vídeo sobre minha visita à Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, que é o maior encontro mundial do setor editorial. Ao contrário da Bienal do Rio e da de são Paulo, a feira não é aberta ao público. Lá, o que interessa para agentes literários e editores de todo o mundo é vender e comprar direitos autorais.
A música do vídeo é Walk Like an Egyptian (a versão do começo é a original, dos anos 80, de uma banda chamada The Bangles; na hora das fotos, é a vez das Puppini Sisters, um trio muito charmoso que regrava grandes sucessos com esse climinha de anos 40).
Ainda estou em Portugal, mas volto para o Brasil dia 28 de outubro. E em novembro vou viajar à beça pelo Brasil. Passo Fundo, Porto Alegre, Rio Branco, Porto Velho e Brasília, aí vou eu!
Bitocas lisboetas
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Lisboa, querida Lisboa
O grande barato de viajar, pra mim, não é apenas posar nos cartões postais pra mostrar as fotos para os amigos e dizer: ó, eu fui! Viajar é muito mais que isso. É se meter sem rumo em qualquer rua que te chame a atenção, é entrar em lugares que não estão nos guias turísticos, é puxar assunto com os moradores, é conhecer novas culturas, novos hábitos, é se deixar levar pelo novo, mesmo que o novo esteja no Velho Continente, que transpira história por todos os cantos e monumentos, é sentar numa praça e ver a vida passar lentamente.
Ah, as praças! Como elas são importantes (e limpas e lindas e preservadas) na Europa. Aqui em Portugal são ponto de encontro de velhinhos que, como no Brasil, perdem a hora jogando damas; de jovens, que levam livros para se jogar num banco, ou mesmo num gramado, para se embrenhar na mais bem acompanhada das solidões; de grupos de amigos que levam um vinho nacional para colocar o papo em dia num cenário de sonho.
Em se tratando de Portugal, poderia ficar horas descrevendo lugares (ou sítios, como se diz por aqui) de beleza ímpar, mas, mais do que lugares, eu gosto de gente. E é de gente que eu quero escrever nessa madrugada insone.
Desde a minha primeira vez em solo lisboeta que escuto dos portugueses: "Não sabemos aproveitar a vida", "somos um povo triste". Eu discordo. Já entendi que, para eles, o mar (que no Brasil remete à alegria, festa, brincadeira, liberdade, paixão, verão) é sinônimo de tristeza, por conta da época das navegações, quando muitas mulheres perdiam seus homens para a imensidão azul, selvagem e desconhecida. É realmente triste. Mas isso não faz da Portugal do século XXI um país triste. Portugal é legal! Portugal é fixe, é giríssimo!
E com um povo pra lá de peculiar, receptivo, simpático, que usa e abusa do diminutivo. Aqui não se diz até logo, mas até loguinho, um bocado vira um bocadinho, um momento, um momentinho, e por aí vai. E mesmo um beijo enorme vira um beijinho enorme. Sim, é bem fofinho. Além disso, eles têm a famosa lógica própria. Lembro de certa vez que, impressionada com algo que uma amiga portuga me contara, exclamei: "Mentira!". Ao que ela respondeu, muitíssimo indignada: "Imagina, mentira! Por que eu haveria de mentir? Não tenho a menor necessidade de mentir, eu não minto, não minto nunca!". Expliquei a ela que estava longe de acusá-la de mentirosa, que era só uma expressão que não devia ser levada ao pé da letra e rimos juntas da confusão.
Aliás, dizem que portugueses levam tudo ao pé da letra. Não é sempre verdade. Se levassem, o que fariam com a informação da frase da foto acima? Diz o cartaz colado na janela: "Qualquer assunto, por favor contacte o número 188 nesta mesma rua". Ri, fotografei e fiquei imaginando situações que poderiam acontecer no número 188. Uma pessoa poderia muito bem bater lá e dizer: "Não aguento mais ver as baleias morrerem impunemente, temos que mudar isso", ou "O meu pai não aumenta minha mesada há dois anos e eu gostaria de protestar", ou ainda "Tenho 90 anos e escuto mal. Você pode me ajudar a encontrar um aparelho de surdez em conta?". Ué, se é qualquer assunto, é qualquer assunto.
Mas a frase mais intrigante que encontrei foi "Já estou melhor, obrigada", escrita em delicados azulejos numa parede pichada. A frase está lá desde que vim da primeira vez, provavelmente há muitos e muitos anos. Nem sei se a pessoa ainda está bem, se piorou de novo, se morreu... Mas a frase continua lá. Promessa? Agradecimento de uma senhora popular que recebeu inúmeras visitas preocupadas com sua saúde e que já não aguentava mais providenciar pastéis de Belém para todos? Ou só a brincadeira de um gaiato com as sobras de uma reforma? Taí o maior mistério de Lisboa.
Antes de terminar, preciso comentar que ainda não me habituei com a mania que os portugueses têm ao desligar o telefone. Para eles, parece ser a coisa mais difícil se despedir de um interlocutor. Enquanto no Brasil terminamos uma ligação com o bom e velho "beijo, tchau", aqui é assim:
⎯ Então tá. Beijo! ⎯ eu digo, já pronta para começar a fazer outra coisa. E ouço em resposta:
⎯ Beijinho, beijinho, até loguinho, passar bem, beijinhos, beijinhos, até logo, tenha um bom dia, beijinho, tchauzinho, beijinho...
Sério! Eles disparam a dizer uma infinidade de despedidas! E isso é todo mundo. Da mulher da operadora de celular ao amigo mais íntimo. Já desliguei na cara de vários, coitados. Sem querer, claro!
Certa vez, um amigo de cá comentou que achava os brasileiros grossos ao telefone. "Uma gaja que trabalhou comigo desligava sempre quando eu ainda estava falando". Expliquei que não era falta de educação, nós simplesmente não estávamos acostumados a nos despedir com tantas palavras antes de encerrar um telefonema. Ele riu e pareceu concordar, embora com uma cara desconfiada: "Acho que essa escritora está a gozar de mim".
O sono voltou. Olho mais uma vez para o belíssimo Castelo de São Jorge reinando ainda iluminado no amanhecer lisboeta e parto para sonhar, desta vez com a minha cidade, agora olímpica.
Beijinho, beijinho, até loguinho, passar bem, beijinhos, beijinhos, até logo, tenha um bom dia, beijinho, tchauzinho, beijinho...
Ah, as praças! Como elas são importantes (e limpas e lindas e preservadas) na Europa. Aqui em Portugal são ponto de encontro de velhinhos que, como no Brasil, perdem a hora jogando damas; de jovens, que levam livros para se jogar num banco, ou mesmo num gramado, para se embrenhar na mais bem acompanhada das solidões; de grupos de amigos que levam um vinho nacional para colocar o papo em dia num cenário de sonho.
Em se tratando de Portugal, poderia ficar horas descrevendo lugares (ou sítios, como se diz por aqui) de beleza ímpar, mas, mais do que lugares, eu gosto de gente. E é de gente que eu quero escrever nessa madrugada insone.
Desde a minha primeira vez em solo lisboeta que escuto dos portugueses: "Não sabemos aproveitar a vida", "somos um povo triste". Eu discordo. Já entendi que, para eles, o mar (que no Brasil remete à alegria, festa, brincadeira, liberdade, paixão, verão) é sinônimo de tristeza, por conta da época das navegações, quando muitas mulheres perdiam seus homens para a imensidão azul, selvagem e desconhecida. É realmente triste. Mas isso não faz da Portugal do século XXI um país triste. Portugal é legal! Portugal é fixe, é giríssimo!
E com um povo pra lá de peculiar, receptivo, simpático, que usa e abusa do diminutivo. Aqui não se diz até logo, mas até loguinho, um bocado vira um bocadinho, um momento, um momentinho, e por aí vai. E mesmo um beijo enorme vira um beijinho enorme. Sim, é bem fofinho. Além disso, eles têm a famosa lógica própria. Lembro de certa vez que, impressionada com algo que uma amiga portuga me contara, exclamei: "Mentira!". Ao que ela respondeu, muitíssimo indignada: "Imagina, mentira! Por que eu haveria de mentir? Não tenho a menor necessidade de mentir, eu não minto, não minto nunca!". Expliquei a ela que estava longe de acusá-la de mentirosa, que era só uma expressão que não devia ser levada ao pé da letra e rimos juntas da confusão.
Aliás, dizem que portugueses levam tudo ao pé da letra. Não é sempre verdade. Se levassem, o que fariam com a informação da frase da foto acima? Diz o cartaz colado na janela: "Qualquer assunto, por favor contacte o número 188 nesta mesma rua". Ri, fotografei e fiquei imaginando situações que poderiam acontecer no número 188. Uma pessoa poderia muito bem bater lá e dizer: "Não aguento mais ver as baleias morrerem impunemente, temos que mudar isso", ou "O meu pai não aumenta minha mesada há dois anos e eu gostaria de protestar", ou ainda "Tenho 90 anos e escuto mal. Você pode me ajudar a encontrar um aparelho de surdez em conta?". Ué, se é qualquer assunto, é qualquer assunto.
Mas a frase mais intrigante que encontrei foi "Já estou melhor, obrigada", escrita em delicados azulejos numa parede pichada. A frase está lá desde que vim da primeira vez, provavelmente há muitos e muitos anos. Nem sei se a pessoa ainda está bem, se piorou de novo, se morreu... Mas a frase continua lá. Promessa? Agradecimento de uma senhora popular que recebeu inúmeras visitas preocupadas com sua saúde e que já não aguentava mais providenciar pastéis de Belém para todos? Ou só a brincadeira de um gaiato com as sobras de uma reforma? Taí o maior mistério de Lisboa.
Antes de terminar, preciso comentar que ainda não me habituei com a mania que os portugueses têm ao desligar o telefone. Para eles, parece ser a coisa mais difícil se despedir de um interlocutor. Enquanto no Brasil terminamos uma ligação com o bom e velho "beijo, tchau", aqui é assim:
⎯ Então tá. Beijo! ⎯ eu digo, já pronta para começar a fazer outra coisa. E ouço em resposta:
⎯ Beijinho, beijinho, até loguinho, passar bem, beijinhos, beijinhos, até logo, tenha um bom dia, beijinho, tchauzinho, beijinho...
Sério! Eles disparam a dizer uma infinidade de despedidas! E isso é todo mundo. Da mulher da operadora de celular ao amigo mais íntimo. Já desliguei na cara de vários, coitados. Sem querer, claro!
Certa vez, um amigo de cá comentou que achava os brasileiros grossos ao telefone. "Uma gaja que trabalhou comigo desligava sempre quando eu ainda estava falando". Expliquei que não era falta de educação, nós simplesmente não estávamos acostumados a nos despedir com tantas palavras antes de encerrar um telefonema. Ele riu e pareceu concordar, embora com uma cara desconfiada: "Acho que essa escritora está a gozar de mim".
O sono voltou. Olho mais uma vez para o belíssimo Castelo de São Jorge reinando ainda iluminado no amanhecer lisboeta e parto para sonhar, desta vez com a minha cidade, agora olímpica.
Beijinho, beijinho, até loguinho, passar bem, beijinhos, beijinhos, até logo, tenha um bom dia, beijinho, tchauzinho, beijinho...
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Só pra dar um alô
Tô em Lisboa, ainda com o fuso confuso, tuitando muito e vindo pouco aqui (mas eu tinha avisado! Ando viciada no Twitter, é fato). Mas tive que dar uma passada rápida na minha casinha virtual pra mostrar entrevistas que dei para dois sites incríveis.
Um é o da Heloisa Marra, uma jornalista de moda muito bacana que tem um portal e quis saber tudo sobre os meus batons, vestidos e, claro, meus livros. O bate-papo vocês podem conferir aqui:
http://www.heloisamarra.com/index.php?option=com_content&task=view&id=541&Itemid=99
A outra entrevista foi para a Luluzinha. Sim, Luluzinha, ela mesma, dos gibis! Adoro ela e, que tudo!, ela gosta de mim também! A primeira parte da entrevista que amiga do Bolinha fez comigo está no blog http://www.luluteen.com.br/luluteen/. Entrem lá e comentem!
É isso, gente! Saudade! Amanhã tenho reunião na minha editora e sábado autografo num supermercado. É!!! Vai ser minha primeira vez num supermercado, tô muito empolgada! Vou tirar umas fotos e depois boto aqui, tá?
Beijosssss portugassss
PS: volto a dizer que estou lendo todos os comentários, só não tenho tido tempo de responder. Snif... Mas um deles se refere ao livro que eu estou escrevendo como se fosse "para meninos". Não, não! Estou escrevendo um livro com um personagem masculino, sim, o que não quer dizer que seja para meninos! Pode ser que os meninos gostem mais dele porque vão se sentir retratados em suas páginas. Mas a verdade é que eles já gostam dos meus livros. Alguns têm vergonha de admitir porque os amigos acham que meus títulos são muito femininos. Mas pensem comigo: a Malu é um personagem feminino, tudo bem, mas o Harry Potter é masculino e é adorado por milhões de meninos E meninas do mundo todo.
PS 2: obrigadíssima pelo carinho ! Vocês são nota mil!!!!
Um é o da Heloisa Marra, uma jornalista de moda muito bacana que tem um portal e quis saber tudo sobre os meus batons, vestidos e, claro, meus livros. O bate-papo vocês podem conferir aqui:
http://www.heloisamarra.com/index.php?option=com_content&task=view&id=541&Itemid=99
A outra entrevista foi para a Luluzinha. Sim, Luluzinha, ela mesma, dos gibis! Adoro ela e, que tudo!, ela gosta de mim também! A primeira parte da entrevista que amiga do Bolinha fez comigo está no blog http://www.luluteen.com.br/luluteen/. Entrem lá e comentem!
É isso, gente! Saudade! Amanhã tenho reunião na minha editora e sábado autografo num supermercado. É!!! Vai ser minha primeira vez num supermercado, tô muito empolgada! Vou tirar umas fotos e depois boto aqui, tá?
Beijosssss portugassss
PS: volto a dizer que estou lendo todos os comentários, só não tenho tido tempo de responder. Snif... Mas um deles se refere ao livro que eu estou escrevendo como se fosse "para meninos". Não, não! Estou escrevendo um livro com um personagem masculino, sim, o que não quer dizer que seja para meninos! Pode ser que os meninos gostem mais dele porque vão se sentir retratados em suas páginas. Mas a verdade é que eles já gostam dos meus livros. Alguns têm vergonha de admitir porque os amigos acham que meus títulos são muito femininos. Mas pensem comigo: a Malu é um personagem feminino, tudo bem, mas o Harry Potter é masculino e é adorado por milhões de meninos E meninas do mundo todo.
PS 2: obrigadíssima pelo carinho ! Vocês são nota mil!!!!
Assinar:
Postagens (Atom)