Confesso que sempre fui um bocadinho hipocondríaca. Nunca me automediquei, que fique claro! Mas gosto de fazer exames, de saber se está tudo bem, do avanço da medicina e das engenhocas eletrônicas que estão cada vez dando diagnósticos mais apurados, gosto de médicos, de festas com convidados médicos (assim sei que se acontecer alguma coisa eu serei atendida prontamente)... E gosto de entender de remédios, de saber que remédio é melhor para cada tipo de gripe, resfriado ou dor de cabeça. A-do-ro! Meu marido adora contar pra todo mundo que meu esporte preferido é entrar numa farmácia e perguntar o que é que tem de novo da Bayer. Maior mentira, nunca fiz isso. Mas a piada é ótima, convenhamos.
A verdade é que muita gente me acha doida por conta dessa pequena hipocondria, mas tô nem aí.
Gosto mesmo é de saúde. E acho que sou uma médica frustrada.
Por isso, ontem me dei um... digamos assim... dia de princesa. Se eu fosse criança, me sentiria na Disney. Marquei um check-up no Med-Rio, uma empresa bem bacana que fica no alto da torre Rio Sul, ou seja, tem um vistão daqueles de fazer cair o queixo, o Rio todo lá embaixo, sorrindo pra gente enquanto médicos e mais médicos, esses seres maravilhosos, nos examinam e falam coisas bacanas (pelo menos pra mim só falaram coisas bacanas, ufa!).
Tem de tudo: audiometria, função pulmonar, raios-x, teste de esforço, eletrocardiograma... ui! Quatro horas de exames. Uma delícia! Mais delícia ainda saber que está tudo bem comigo. Meu coração, então, tá um petáculo, foi bastante elogiado, tirou dez, nota dez! Ou seja do coração eu não morro, pelo menos não agora (e, espero, nem nos próxmos 90 anos).
Tenho que contar que no exame audiométrico, que vê como estão nossos ouvidos, tive uma crise de riso ao entrar na cabine à prova de som. Com os fones que despejavam zumbidos nos meus ouvidos, não pude deixar de me imaginar como aquelas crianças que participavam do Domingo no Parque, do Silvio Santos. A brincadeira era hilária, e fez parte da minha infância.
Com fones no ouvido, numa cabine, uma criança não ouvia as perguntas que o Silvio fazia e só tinha de dizer SIM ou NÃO quando a luz vermelha acendesse na sua frente. Então SS perguntava, com aquela gaiatice que lhe é peculiar:
"Você troca uma bicileta nova (sonho de consumo das crianças na década de 80) por uma panela furada?"
E muitas vezes a pobre da criança respondia: "SIIIIM".
Na hora me imaginei como aquelas crianças, tendo que dizer sim e não. Um legítimo e inexplicável ataque de bobeira. A médica, coitada, não entendeu nada. A sorte é que o riso logo passou e eu voltei a virar uma paciente séria, preocupada com a saúde.
Infelizmente não achei nada no You Tube para mostrar a brincadeira do Silvio aqui, pra quem não viveu aquele tempo...
Bitocas estaladasssssss