Pelo fim dos buracos
Como carioca da gema e da clara, apaixonada pelo Rio apesar de tudo, fiquei muito feliz quando fui convidada pelo Globo para escrever um artigo sobre algo que me incomodava na cidade. São vááárias as coisas que me incomodam, mas os buracos do asfalto sempre me angustiaram e, por isso, foram o foco do meu artigo, que inaugurou a coluna Rio da Gente, que sai diariamente no jornal. Gostei tanto de escrever e recebi tantos emails, que decidi botar o texto aqui no meu blog novo. Aí vai:Tem um buraco no meio do caminho. Um não, vários. E não estou me referindo aos buracos na educação, na saúde e na segurança. Sem metáfora aqui. Estou falando de buracos mesmo, aqueles que se multiplicam no asfalto carioca. Se é que posso chamar de asfalto aquele negócio preto por onde passam os veículos. Às vezes parece que ainda moro no Recreio dos Bandeirantes da década de 90, quando as ruas eram de terra e sair de carro era uma aventura tão cheia de altos e baixos que chegava a embrulhar os estômagos mais sensíveis.
Mas a precariedade do asfalto se faz notar mais ainda sobre duas rodas. Sábado de sol, brisa de inverno, a cidade linda como sempre e meu marido faz o irresistível convite: “Vamos dar uma volta de moto?”. Na garupa, vejo os cartões-postais como se estivesse montada num avestruz com soluço.
Quando vou a Buenos Aires morro de inveja daquele asfalto tapete, impecável, lisinho como cabelo com escova progressiva. E pensar que é a Argentina, aquele país que quebrou há tão pouco tempo. Como é que o asfalto portenho é infinitamente melhor do que o do Rio? Por que, ao contrário do daqui, ele não tem buracos, muito menos remendos que logo viram novos buracos? Alguém pode explicar por que a qualidade do nosso asfalto é tão ruim?
Quem vive aos solavancos deve estar, como eu, se perguntando, em vão: por que a Voluntários da Pátria é tão cheia de quebra-molas involuntários? Por que dirigir no Elevado do Joá nos dá a sensação de estar num rali? E a Avenida das Américas? Precisava parecer um queijo suíço? E o subúrbio? Pobre subúrbio... Lá o descaso é ainda maior. Isso sem mencionar as crateras gigantes que de vez em quando se abrem no meio das ruas e ficam dias sinalizadas por placas improvisadas, baldes e plantas, tudo providenciado pelo carioca, esse eterno gaiato.
A constatação é triste: parece que o asfalto do Rio não é feito para durar. Nossa cidade é tão maltratada em tantos aspectos que ter o caminho livre de buracos seria um presente e tanto. É pedir demais? Acho que não. Um asfalto decente deveria ser um direito básico de todos nós.
6 comentários on " "
oi tha!!!!!
AMEI SUA CRONICA MUITO MASSA, APESAR DE NÃO MORAR NO RIO(POIS MOPRO EM RECIFE0 VEJO QUE ESSE PROBLEMA É NACIONAL NÃO SÓ DOS BURACOS MAS COMO DA COMODIDADE. MITO LEGAL BJUS PRAR VC !
Oiii Thalita !
Muito demais isso, é a pura verdade, como a Cidade Maravilhosa pode ter esses nada maravilhosos buracos ?
Tee amoo muuuiitoo .
beeeeeiiijo
Muito bom Thalita! Bom saber que ainda existe gente que se que escreve de modo facil e densenvolve muito bem suas idéias!
Bacana mesmo viu!
Anderson Gomes -Prof de Português
São Gonçalo-Rj Brasil
Oi Thalita!
em primeiro ligar gostaria de dizer que adorei te conehcer na bienal do rio, ano passado, e se vc ainda quiser saber a cor daquele esmalte q vc me perguntou eu te digo..rsrs
queria te parabenizar pela sua conquista, garanto que os portugueses vao gostar tanto quanto nos gostamos dos seus livros. e sobre os buracos, infelizmente nossa cidade ta assim e pra piorar quando chega perto de eleição começam a tapar os buracos muito mal,o q n resolve muita coisa, a menos que a cratera fique tao grande a ponto de um carro cair dentro, mas espero que isso melhore..bjks
obs: meu nome é Nath Souza, escrevi o comentario acima..rs
AI THALITA...EU AMO SEU LIVROS TOOODOS TAO PERFEITOS....QUERIA MUUUITO Q VC VISITASSE O MEU BLOG...E TENTESSE ME ENTENDER ESTOU SOFRENDO MUUUITO EM RELAÇAO AO ♥
é só clicar.....bjs!!! =*
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